Currículos visuais: o que NÃO fazer

Currículos visuais: o que NÃO fazer

O conceito de currículos visuais está circulando pelo mercado de serviços linguísticos há quase cinco anos, repaginando a forma como tradutores e intérpretes enxergam esse recurso para prospectar clientes e consolidar sua imagem profissional em um universo de trabalho cada vez mais virtualizado.
 
Se você ainda não sabe o que é um currículo visual, venha cá que eu explico.
 
E se você já sabe do que se trata, confira a seguir algumas dicas rápidas para criar o seu currículo visual.
 

O que fazer

Pontapé analógico

Experimente esboçar o seu currículo visual no papel antes de montá-lo em algum programa ou plataforma de design. Às vezes, sair do modo de criação em tela, repleto de distrações, nos ajuda a enxergar com mais clareza o que queremos construir, seja um currículo visual, um texto inédito, um plano de negócios…
 
Voltar para o modo “analógico” da vida é uma ótima maneira de não sobrecarregar a nossa cognição, já tão desgastada por multitarefar em tantas abas e dispositivos ao mesmo tempo!
 

Contrate um profissional

Se o seu bolso permitir, procure a ajuda de uma designer para montar seu currículo visual, afinal, ele é uma peça da sua identidade visual. Se você ainda não tem uma identidade visual, faz ainda mais sentido contratar uma profissional para desenvolver o pacote completo que fará a sua presença virtual aparentar mais compromisso com a ocupação “tradutora”.
 
Além disso, contratar uma designer é valorizar o trabalho de outro profissional liberal como nós, que também têm dificuldade de impor seu ofício como algo relevante e que não dá para ser bem-feito por meros curiosos.
 

Grana curta? Mãos à obra!

Se você ainda não tem capital para contratar um designer profissional, recorra ao Canva para resolver essa necessidade. A plataforma é intuitiva e já vem com modelos interessantes que podem lhe servir de inspiração.
 
De todo jeito, tenha como meta juntar uma graninha para contratar uma designer no futuro e dar um tapa em toda a sua identidade visual e presença virtual. Falo por experiência própria: vale a pena!
 

Teste multitela

Quando seu currículo visual estiver pronto, envie-o para colegas tradutores e não tradutores antes de encaminhá-lo para clientes em potencial.
 
Desse jeito, você terá a oportunidade de testar a usabilidade do currículo, recebendo um feedback valioso que pode ajudar você a aprimorar essa peça tão importante para prospectar clientes.
 
Também vale a pena abrir seu currículo em vários dispositivos para verificar se ele proporciona uma leitura agradável em diferentes telas (de computador, de notebook, de celulares etc.).

Vale a pena imprimir o currículo visual?

💡 Eu não me preocuparia em testá-lo impresso, já que hoje a maioria das interações é feita na tela – isso sem contar que um currículo visual impresso não oferece ao leitor um de seus principais diferenciais: a interatividade.

O QUE NÃO FAZER

Colorido aleatório

Colorir seu currículo todo trabalhado no template Microsoft Word não é montar um currículo visual.
O currículo visual envolve cores? Sim, de preferência aquelas da paleta do seu branding, mas ele vai muito além disso.
 
Ele é uma peça de divulgação da sua experiência profissional que usa a linguagem visual típica da era da hiperconexão para engajar leitores interessados em saber como você pode resolver as dores que eles têm no momento.
 

Aquele de tudo um pouco que não leva à nada

Eu sei que é muito fácil se deixar levar pela empolgação e misturar vários estilos em um currículo só. Porém, procure evitar a poluição visual.
 
Ao aliar a confecção do currículo visual com todo o processo de desenvolvimento de marca e identidade visual, fica mais difícil pecar em excessos que não fazem sentido com a imagem que você deseja comunicar.
 

Prolixo

Por vezes, na ânsia de demonstrar uma vasta experiência profissional, enchemos nossos currículos com atividades que, embora relevantes para a nossa trajetória, não fazem muita diferença para o leitor-alvo.
 
Assim, resista à tentação de documentar sua vida inteira desde o jardim de infância. Lembre-se também que vivemos em uma constante exaustão cognitiva, com a atenção cada vez mais curta, e pergunte-se: vale a pena ter um currículo com mais de uma página?
 
Pense também na pessoa que vai abrir e ler esse documento: o que ela precisa saber sobre você em uma passada rápida de olho no seu currículo?
 
Monte o seu currículo com esse leitor-alvo em mente, e não tenha medo de editá-lo sempre que o leitor-alvo mudar.
 

Envios em massa

Montar o currículo visual é a primeira etapa do processo de prospecção. A segunda é entrar em contato com o cliente em potencial.
 
Existem diferentes maneiras de se aproximar de um cliente dependendo do grau de proximidade que você tenha com ele. Eu diria que, na indústria de serviços linguísticos, é comum praticar o cold mailing, ou seja, enviar uma mensagem para um cliente em potencial oferecendo seus serviços.
 
Essa abordagem em si dá muito pano para manga e não será destrinchada neste artigo. Porém, independentemente de como você estabeleça esse primeiro contato “no seco”, JAMAIS faça mass mailing, o famigerado “envio em massa”: mandar o mesmo e-mail para várias pessoas ao mesmo tempo.
Por quê?
  1. A caixa de entrada de um profissional é lugar sagrado. Se você não tem autorização explícita para pipocar nela, o faça de forma educada e personalizada. O envio em massa é justamente o oposto desse tratamento, além de deixar claro que você está jogando o mesmo papo para um outro tanto de gente.
  2. A comunicação que leva o seu nome e/ou o nome da sua empresa/marca não merece ser taxada de spam pelas pessoas, muito menos o seu currículo visual, que deu tanto trabalho para ficar pronto! Portanto, não dispare e-mails a torto e a direito para não correr o risco de soar inconveniente e gerar uma primeira impressão negativa em possíveis clientes.
  3. Por último, pense no tanto de e-mail que aquele cliente dos sonhos deve receber por dia. Muitos, né? E toma disputa de atenção! Assim, é preciso mirar bem no alvo para acertar em cheio, e envios em massa passam longe dessa meta.

Currículos e prospecção: uma jornada de aprimoramento

Aventurar-se nesse fluxo de definição de quem somos profissionalmente falando, e de mostrar isso para outras pessoas a fim de convencê-las a trabalhar com a gente é um processo demorado, que requer investimento de energia, tempo e, se viável for, dinheiro.
 
À medida que você avança nessa caminhada, testa seus primeiros envios e trocas de mensagem com clientes em potencial, você passa a entender o que funciona ou não para o seu negócio e para o tipo de contratante com quem você quer trabalhar.
 
Embora esse processo não tenha uma “receita de bolo”, a primeira etapa – montar um currículo visual para chamar de seu – pode ser atravessada sem tantas turbulências com as recomendações aqui compartilhadas.

Quer saber mais sobre Currículos Visuais?

No e-book Currículos Visuais para Não Designers, você aprenderá a enxergar o seu currículo como uma peça de marketing, com orientações práticas para elaborá-lo de acordo com princípios básicos de design. Saiba também as informações que não podem faltar em um currículo visual e dicas sobre como enviar o currículo pronto para clientes em potencial!

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